Quando nos doamos inteiramente ao momento, presenciamos o espírito. Ele se encontra aqui e agora! No peso de nossa presença podemos senti-lo e tocá-lo.
O medo nos distancia do inevitável acontecimento da realização consciente de que o espírito habita este mundo e não outro. Às vezes, até mesmo Deus é tomado como uma proposta de ausência num estranho esvaziamento de nossa realidade essencial de sermos um grande nó de relações.
O verdadeiro desafio da espiritualidade é presença e compromisso com a vida humana. A prática espiritual deve ser um ato de respeito à vida, algo que possamos viver no nosso cotidiano e relações, e não uma imagem distante e pálida que nos violenta através de um senso de sermos especiais ou outra coisa que não humanos, nos levando a um isolamento doloroso ou encantado.
O espírito não é só uma imagem engendrada pelo ego, é mais essencialmente seu espelho enquanto senso de realidade e compromisso de presença, uma sutil diferença com consequências bastante distintas.
É hora da maturidade ao assumirmos o espírito como uma força natural e não sobrenatural. A natureza é simplesmente mais vasta! Fazemos isso desenvolvendo permissões cada vez maiores de disponibilidade aos componentes de nossa interioridade e de contato com o outro.
É necessário um aguçado compromisso com a vida à nossa volta. Isto naturalmente nos reúne e eleva. Se você se sente especial através de algo, inclusive numa prática espiritual, você a transformou em um clube para a sua vaidade, abandone-a!
Ninguém é especial, somos únicos, e só o somos porque podemos reconhecer o mesmo nos outros. O elevado do espírito se chama humildade, sua distância habita a coragem de propor sentidos integrados.”