A grande diferença entre a dificuldade e o desafio

“A grande diferença entre a dificuldade e o desafio é onde mora e que papel cumpre a responsabilidade. No cuidado consigo e com o outro ou nas desculpas e justificativas.
Antes, durante e depois? Ou só depois?

Tomar as próprias dificuldades enquanto desafios é se engajar com consciência no desenvolvimento das próprias capacidades e bons limites.

Quem não compromete o cuidado com a dificuldade, a tomando enquanto um desafio impõe às relações o preço de participar de sua própria desorganização.
Com o tempo o amor é consumido pelas desculpas e a troca pode se empobrecer na promessa de um potencial que não se realiza.

Muito sofrimento surge da falta de compromisso consigo e da passividade frente a assumir e portar as próprias e reais possibilidades.
Quando amorosamente assumida a dificuldade se desenvolve e revela tesouros da sensibilidade. Conjuga em torno de si uma bela sabedoria, é admirável.
Quando escondida ou esquecida empurra a pessoa para a fixação de causar e repercutir nos outros aquilo que conjuga seu próprio sofrimento.
Quanto será necessário perder para se acordar para a responsabilidade? Oportunidades, relações, saúde?
Adoraria acreditar que não é assim. Mas existe a oportunidade perdida, tanto que sentimos culpa, amargura e arrependimento. Sintomas de traições para consigo mesmo e para com os compromissos com os outros.

Quando o amor não é um trabalho e sim uma expectativa de eterno acolhimento sabemos que adentramos nos reinos da infância e das carências afetivas.

As vezes o remédio é amargo.

Não! Hoje eu não poderei mais te desculpar. Pois igualmente tenho direito de me colocar frente as minhas experiências.

O amor amadurece através do exercício da responsabilidade e no conhecimento de si através do diálogo com os outros.
O caminho para a sabedoria começa com o reconhecimento da fragilidade e da condição falível que nos torna cuidadosos.”

Mauro Bühler

Círculo Aletheia

Aletheia é uma prática espiritual, não fundamentada em nenhum dogma religioso, que tem como foco o desenvolvimento de uma inteligência sensível, uma capacidade que nos alinha às necessidades de nosso corpo e alma e que nos auxilia a realizar escolhas mais autênticas e representativas da nossa interioridade.

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